meteorologia

a noite quente se desmancha

é sexta-feira

de um mês de abril

 

tentei te escrever um poema

pensei em telefonar

te convidar pra sair

até a chuva chegar

na próxima frente fria

que torrencial se avizinha

sobre os morros da cidade

carregando um frio polar

 

pra dentro de minha casa

(entrando pela janela lateral

percorrendo o corredor – o frio pára

e contempla os quadros – se demorando

mas seguindo o caminho

até o quarto onde estou

e tu não estás)

 

pra dentro de meu peito

(entrando pelas narinas

o ar frio percorre

as curvas dos pulmões

entra no sangue rubro

vaga perdido pelas artérias

até chegar ao coração

– destino que pulsa

intermitente)

 

é sexta-feira:

me subtrai versos

a noite quente

 

e a meteorologia não previu o temporal

que tua fresca boca rosada soprou

sobre o meu coração outonal

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Categorizado como Poesia

Por felipedamo

Felipe Damo é jornalista

45 comentários

  1. Animal esse texto!!!!!!!!!!!!!!

    Estou quase surtando… preciso de um colo feminino.. mas tem que ser de mulher que não queira homem rico e bonito. Só assim mesmo…

    tô fudido…

  2. É, esse texto tal qual o tempo, transcende, talvez inspirado pela solidão que o próprio tempo proporciona ao poeta e esse mesmo poeta com o teclado de seu computador.

    Em tempo: Mulheres do mundo salvem Sebastião Paulo de Oliveira, um homem solteiro a procura de um colo, de um (dois!) peito, de um beijo na testa, no rosto, de língua, na nuca, por muito tempou ou por apenas uma porra de um dia! PQP!

  3. …deve ser alguma coisa astral, maioria das pessoas que eu conheço está nessa
    .
    (passei a noite de sexta jogando canastra com minha vó, enquanto ela me contava pela milionésima vez “quando o trem passava perto de Laguna…”
    Antes: fiquei duas horas no Municipal desmontando arquibancada)

  4. Sei, entendi.

    Sendo assim só nos resta adquirir uma casa do tipo galpão, muitos beliches, com uma cozinha comunitária, fogão de lenha ou carvão mineral, eletricidade solar; oração às 5 da matina, meio-dia e meia noite antes de todos começarem a trepar, numa orgia jamais vista em novela indiana que poderia extender até o café da manhã onde novamente oraria-se.

    Tudo pela SEBA – Sociedade Exotérica Bons Amigos

  5. Ah, vai.. dispensa comentários.

    Um dia arrumo quem escreva coisas assim pra mim.

    Em tempo: minha sexta-feira foi com um código civil comentado enfiado na cara.

    Tá certo.. manda quem pode, obedece quem tem juizo.

    beijo em ambas as bochechas de drácula.. rs

  6. Felipe:
    gostei muito, mas muito mesmo do poema.

    e o Helinho, como sempre, genial ao propor uma solução para o caso Seba.
    quanto a mim, estou de acordo com todos e todas aqui. precisamos fazer algo:
    uma campanha, uma associação, um manifesto ou coisa assim…

    sei lá… Little Sebastian’s Lonely Hearts Club Band. com um slogan tipo Nando Reis: “o mundo é bão, Sebastião”.
    mas também gostei muito da idéia da Família estilão Manson, proposta pela Samara. nosso intŕepido e doce Tião, com certeza, seria o patriarca…

  7. o poema é muito bom, a intenção tbm
    etendo salvar o seba é importante

    mas eu não estive só na sexta feira de chuva
    hahahaha

    enfim, sei como é passar por isso, pobre coração solitario – cliche diria eu
    adoraria que ajudar levantar fundos para o club manson sebastian’s,

    nosso acabaram com o poema

  8. “…nossa acabaram com o poema”

    Eu juro que não foi eu!

    Falei do poema como é sempre a minha obrigação quando venho a esse blog! Agora, o problema é que o fato de observar a situação periclitante em que um amigo (Seba) se encontra me pareceu mais relevante os amigos comentarem esse fato tão urgente.

    Continuo achar o poema inspirado pela solidão do autor provocada pela tela, pelo teclado, pela janela e, finalmente, pela noite lá fora, escura de outono, como a meteorologia não previu o temporal que a fresca boca rosada soprou sobre o coração outonal do poeta.

  9. Adorei o poema… lindo… a forma como construiu, como armou ele, foi singelo… sou uma pessoa que gosta da solidão… e até de sentir falta… é bom ter esses sentimentos… de uma certa forma nos mantém vivos… mas é ótimo partilhar uma sexta, um final de semana inteiro com alguém… sentir a pele, o cheiro, o sabor… e se sentir na pessoa… é bom, muito bom… e com relação a seu amigo seba aí, apenas lamento, mas acho desnecessário armar esse circo todo… bom, não vou me meter… bjos

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  10. hahahahahahahaha… nada… apenas acho desnecessário… o seba (não sei quem é… então…), será que ele precisa realmente de ajuda toda pra arrumar alguém?!… ele tem por si só fazer isso… um amigo ou outro apresentar uma amiga ou amigo, bem não sei qual é realmente, tudo bem… mas fazer correntes, campanha e o diabo à quatro… acho exagerado… minha opinião, mas talvez se um dia eu conhecer o tal seba, eu entre na luta armada pra ajudá-lo hahhahahha apenas isso… será que foi um “comentáriozinho” infeliz esse?! hahahhahhah bjos

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  11. ué…olha o comentário dele

    “Estou quase surtando… preciso de um colo feminino.. mas tem que ser de mulher que não queira homem rico e bonito. Só assim mesmo…

    tô fudido…”

    eu considerei isso um pedido e ajuda…rs

  12. ah… bom vocês são amigos que se entendam… me retiro da pequena discussão… deixo meus comentários apenas para seus poemas, ta certo?!

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    esqueci dos bjos… hehehhee…

  13. iiiiihhhh!

    Não deu pra segurar…desculpe Damo.

    Pimenta, querida, quando um homem diz que precisa de um colo, é coisa que qualquer mulher entende, assim, um colo é nesse momento, a coisa mais prioritária do mundo, pra alguém que se vc um dia conhecer vai entender, mesmo sem querer vai gostar de tê-lo conhecido.

  14. Mas o Hélio adora partilhar conosco… que lindo… entendo, só não acho necessário o alarde, que depois o Felipe mostrou que partiu do amigo… apenas isso… vivo em mutação, hoje penso dessa forma, mas sim, acredito no que você disse, interessante, mas como eu disse nesse assunto não me meto mais, agora se for pra ter uma discussão sobre o tema recomendo… uma mesa de bar umas cervejas, vinhos e afins, e claro palavras, saborosas palavras… quem sabe nesse dia eu entenda melhor… pode ser?!…

    bjos Hélio e Felipe

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  15. isso…mais um ano de comentário e faremos o encontro anual do blog com todas as pessoas que participam comentando…rsrs

  16. Shiii, fizeram um Origami ( oru (折る) = verbo dobrar kami (紙) = papel ) no patuá do Rambulo! Bem feito, que mandou meter o meu wakai yûjin Tetsui nessa conversa de beira de estrada!

    Voltemos pois a Meteorologia: Tempo instável, sujeito a rajadas no período (oops!), e a noite quente se desmancha é quarta-feira de um mês de abril!

    Desculpe Damo, não resisti!

    “Quando a multidão, hoje calada, como o oceano, se levantar, e para morrer esteja pronta, a comuna se erguerá.” (Palavras escritas na tumba de Mikhail Bakunin)”

  17. Felipe… acho que a conversa ou pequena discussão tomou outros caminhos… ou simplismente não entendo… no mais fica por isso mesmo…

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  18. méo déos, vocês, vocês…olha Camila, a idéia é marcarmos um dia pra conversarmos sobre literatura, sem ser o sarau, com um bom vinho, etc, etc…

    é claro que você está convidada, só acho muito difícil – para a desilusão do Helinho – que Seba apareça…ou seja, não será desta vez que você conhecerá esse mito, essa lenda das artes locais…

    aliás, Seba sabe se virar sozinho…

    podemos combinar pra sexta-feira? e o local?

  19. Camila Pimenta, agora que vc já foi convidada pelo master deste blog ao um chat face to face, só me resta oferecer-lhe um excerto do poema de Felipe Damo, Meteorologia como forma de welcome:

    “tentei te escrever um poema

    pensei em telefonar

    te convidar pra sair

    até a chuva chegar

    na próxima frente fria

    que torrencial se avizinha

    sobre os morros da cidade

    carregando um frio polar”

  20. hahaahaha… querido… é o seguinte, eu nem questionei a possibilidade de conhecer o tão famoso Seba… em nenhum momento eu disse tal coisa… nada contra, e sim acredito que ele sabe se virar sozinho, pois foi sempre isso que eu quis dizer… o tempo todo, que qualquer um pode se virar sozinho nesses assuntos, enfim deixamos isso pra lá…

    em relação a sexta-feira, nessa seria impossível, tenho compromisso e não posso faltar… poderíamos marcar para próxima sexta-feira, no mercado público, ou você pode sugerir outro lugar… beleza?!
    Bjos e até…

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  21. sim, Paulo, eu sou comprometido sim, com uma mulher linda e maravilhosa com quem quero continuar comprometido por muito tempo…qual paulo escreveu isso, afinal? é tu Paulette?

  22. Povo… mas o que é isso… o que tem haver o Felipe ter namorada… ainda não entendi, será que os post, tomaram proporções erradas?!… desculpe Felipe por qualquer coisa, não queria e não quero que alguém ache nada, nada alem de amizade, como já tenho com outros… espero que você não tenha levado pra lado algum ao não ser o certo, tenho certeza que você tem o discernimento certo das coisas… no mais é isso… mas o encontro de uma tal sexta-feira, é para todos que comentam… ao menos espero que você convide todos e sua namorada também, para não ter divida alguma…

    oh povo… e se dizem… esquece…

    by

  23. Quando eu pequeno, sempre me diziam: Helinho (era assim também que eles me chamavam) cuide bem do cajado do cego, que por ele, o cajado, muitos irão se guiar!

    Inté a sexta!

  24. ahahahahhahahhahahahhahhahahaahahhaha

    ficou muito engraçado isso aqui.
    assim como o Rômulo, adoro quando as coisas são levadas para o lado errado da coisa…
    acabaram com o poema, como disse o sábio e “pequeno lascivo” Alex; transformaram a pindaíba do Seba numa campanha que quase tomou as proporções do “We Are the World”; a sugestão de usar o bar do sogro do Rômulo também foi genial; a lembrança do nome do Tetsuo, impagável; chegaram a questionar a situação afetiva do dono do blog; e até mesmo um certo Paulo – também pergunto: serás tu, Paulette? – apareceu do nada e não se manifestou mais…

    e o “fecha o blog e abre um bar”, da Samara, também está entre os momentos inesquecíveis.

    sem falar na preocupação da Camila – levando a sério tanta frivolidade – e no sempre insuperável Helinho. rapaz, aquele comentário sobre o cego foi transcendeu todos os níveis possíveis de consciência. that’s sense of humour, baby.

    esse blog é o máximo. tá bombando mais que o Afeganistão.

    love you all.

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