Rurais XII

Existe um ribeirão Que corre para o norte Contornando as pedras E o relevo de sua própria sorte Transpondo pontilhões Desenhando grotas na terra Assim segue o ribeirão Que desce da serra Entre os salgueiros debruçados Vai o ribeirão se marejando Na sombra da tarde calma Sem saber que ao chegar Ao fim dos caminhos… Continuar lendo Rurais XII

Publicado em
Categorizado como Poesia

Rurais XI

As azaleias enfeitam a curva da estrada e alegram o cinza da tarde nublada. Fosse eu um céu, uma pétala, um pedaço de jornada. Fosse eu uma curva, uma fuga, uma nuvem carregada. Ainda assim seria mais que a noite mais que o dia mais que a madrugada mais que toda idiossincrasia de cada hora… Continuar lendo Rurais XI

Publicado em
Categorizado como Poesia

Rurais IX

O dia passarinheiro abre suas asas num bem-te-vi primeiro. Depois deixa o ninho canarinho e assim de mansinho o dia passarinho deixa inquieto o forneiro. Sobrevoando a campina quero-quero em sua sina de defender o campo. E numa silva de canteiro o sabiá ligeiro a semitonar o canto. Distante da andorinha que rasga o céu… Continuar lendo Rurais IX

Publicado em
Categorizado como Poesia

Rurais VIII

O sanhaço cinzento vai cantando a tarde do meu lado naquele galho torto de um ipê esverdeado. Relógio sem engrenagens. É por sua cantoria que eu sei que a tarde finda e adormece mais um dia.

Publicado em
Categorizado como Poesia

Rurais VII

Quando fica muito tempo sem contemplar o céu noturno também perde o sertanejo sua imensidão.

Publicado em
Categorizado como Poesia

Rurais – VI

[para Robert Frost] foi uma geada a me lembrar teu nome e teus poemas o caminho que não tomastes e a vida que continuou e simples se fez plena as estrelas na escuridão da noite as árvores a farfalhar versinhos uma fazenda uma lua despedaçada e um prado repleto de passarinhos

Publicado em
Categorizado como Poesia

Rurais – V

as folhas se multiplicam é outono você diz eu sozinho olhando a grandeza do campo aberto eu sem limites me misturo às folhas eu sem limites entrelaço o capinzal com meus braços meus cabelos minhas veias sem limites me enverdeço de um verde pardo de um verde parco do verde palha do arrozal me curvo… Continuar lendo Rurais – V

Publicado em
Categorizado como Poesia

Rurais – IV

na ponta de um galho arcado um sanhaço cinzento até se confunde com um céu nublado

Publicado em
Categorizado como Poesia

Rurais – III

o vento no campo limpo e quieto e tanto chega como um fantasma dançando balé com as capoeiras revira a memória dos cantos invoca os santos e convoca as benzedeiras

Publicado em
Categorizado como Poesia